Em 2006 foi anunciado que a FAB vai reabrir a concorrência do Programa FX. Agora parece que a FAB vai adquirir a aeronave direto do comprador e sem abrir concorrência. Parece que os preferidos são caças bimotores como o Su-35 russo e o Rafale francês. O Su-35 tem o problema de não ser usado pela Força Aérea Russa (mas o motor, armas e aviônicos sim e em outras aeronaves) enquanto o Rafale tem um preço bem amargo apesar dos valores mais recentes serem bem menos salgados que os concorrentes (Eurofighter, F-15 e JAS-39 Gripen).
A experiência em combate BVR (treinamento e exercícios obviamente) com o F-5EM deve influenciar em muito os requisitos da nova aeronave. Os pilotos com esta experiência, como acontece com os estrangeiros, certamente vão pedir um caça com um radar e mísseis com o maior alcance possível. Os outros requisitos são manobrabilidade, persistência de combate (alcance e quantidade de mísseis), guerra eletrônica e aviônicos de última geração.
Em combate aéreo a aeronave deve ser adequada para realizar missões de interceptação, superioridade aérea e escolta. Para realizar missões de interceptação o novo FX precisa ter capacidade de acelerar e subir rápido, bom raio de ação para boa cobertura e bons sensores de detecção. Para realizar superioridade aérea precisa de capacidade BVR, grande manobrabilidade, persistência de combate, boas armas de curto alcance, capacidade de reabastecer e rearmar rápido e resistência de combate. Para realizar superioridade aérea em território inimigo deve ter bons sistemas de auto-proteção para se proteger também de mísseis SAM. Para realizar escolta precisa de boas ECM para se defender de mísseis SAM, bom alcance para acompanhar os pacotes de ataque, bons sensores pois pode não ter apoio externo. Os F-5 ainda serão bons com combate aéreo aproximado se receberem um míssil de quinta geração como o Python 5.
No caso do Su-35 as vantagem são a persistência de combate devido a grande autonomia e grande quantidade de mísseis. Se a versão do motor escolhida for a AL-41 pode se considerar a capacidade de supercruzeiro na persistência de combate. Os russos já oferecem seus caças com radares de varredura eletrônica ativa enquanto os concorrentes usam varredura eletrônica passiva ou convencional. A versão de dois lugares terão ótima capacidade para serem usadas como mini-AWACS junto com o radar de varredura eletrônica ativa e ainda mantem a capacidade de combate completa. As opções de armamento do Flanker são bem variadas em termos de alcance e não tem muito limite de tamanho. Se vier com um bom sistema de guerra eletrônica poderá preencher todos os requisitos de interceptação, escolta e superioridade aérea. O lado ruim do Flanker é o conceito de manutenção considerado inferior ao ocidental, apesar dos russos estarem mudando e se aproximando das capacidades dos caças ocidentais neste quesito. Se a FAB cobrar a integração de aviônicos do padrão BR (usados no A-29 e F-5EM) os custos e disponibilidade não serão mais problemas.
O Rafale tem a vantagem de ser um projeto mais recente com custos de operação provavelmente inferiores ao Flanker. Os aviônicos são no estado de arte com um radar de varredura eletrônica passiva, IRST e sistemas de interferência eletrônica avançados. As opções de mísseis BVR são relativamente poucas com o MICA EM e IR e o Meteor. Para diminuir os custos de aquisição a FAB pode pedir a exclusão do IRST (OSF) e dos sistemas de guerra eletrônica sofisticados.
As táticas de combate aéreo descritas anteriormente sugerem que as armas do novo FX devem ser bem variadas. Os mísseis de terceira geração como o MAA-1 Piranha ainda poderão ser usadas para alguns cenários como aeronaves de segunda linha e alvos pegos de surpresa. Em alerta em tempo de paz não é necessário voar com muitos mísseis devido a ameaça esperada. Estes mísseis ainda não estão absoletos e são baratos. O futuro míssil de combate aéreo será o A-Darter a não ser que seja cancelado.
Os mísseis de médio alcance devem ser bem variados, com guiamento por radar ativo, infravermelho e até semi-ativo para permitir a criação de várias táticas. Se for possível até com guiamento por radar passivo. Devem estar disponíveis em grande quantidade.
Os mísseis de longo alcance são caros e são realmente pouco usados. O Meteor, a versão ramjet do R-77 e o R-37M devem ser as únicas opções no futuro, além do AIM-120D se for disponibilizado pelos EUA. No caso do R-37M apenas o Flanker poderá ser capaz de disparar. Pelo menos uma aeronave em um elemento ou esquadrilha deve levar mísseis de longo alcance.
O novo FX deve ser capaz de levar todos estes mísseis citados e em grande quantidade para conseguir vencer no cenário BVR. A configuração vai depender da função da aeronave. Alguns vão ser usados como mini-AWACS, outros serão alas apenas para apoiar, outros serão os snipers para engajar a longa distância e outros serão otimizados para combate aproximado. O objetivo é criar incerteza nos pilotos adversários.

O Rafale não participou da primeira concorrência do Programa FX por ter um custo muito alto. Agora a Dassault baixou o preço para ficar competitivo com o governo francês assumindo os custos do desenvolvimento da aeronave.

A nova versão do Flanker será o Su-35BM que deve voar ainda em 2007. A nova aeronave não receberá canards, terão asas com novas superfícies de sustentação, estabilizadores menores e será duas toneladas mais leve com o uso de materiais compostos na estrutura. O IRST pode ser usado como alerta de disparo de mísseis no setor frontal. Mesmo se tiver tecnologia ultrapassada pode detectar o calor do motor dos mísseis facilmente. A foto acima é da versão Su-27SMK